domingo, 3 de fevereiro de 2013

Lágrima de chuva

Uma pequena lágrima de chuva molha minha janela
Desenha um traço, parece toda uma vida,
desmanchar-se-á nos musgos ao seu pé.
São tantos os quilômetros que me separam de quem sou.
E tento ser razoável, entender o que me explicam
o dia e a noite, a lua cheia de ontem, eloquente e demente
Mas emudece-me e entristece-me saber...
Quisera andar livre e destemido
esquecido pelos que fui, aquecido pela luz tênue do plenilúnio,
andar sobre o musgo, a neve, a areia, o mar, o céu, as veias, o sangue, as lágrimas, a chuva, o lodo, os ossos, as cinzas e as cores...
Andar.