sábado, 1 de maio de 2010

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Falarei hoje com franqueza
Sem lirismo nem cinismo

Ficaria bem se assim terminasse
Mas é inútil relutar
Da bin Ich!
Tento ser metódico
Quase um profissional
Definir as premissas e trabalhar.
Mas, de fato, disse que seria franco
Nada tinha a acrescentar
Admito minha insignificância
Renuncio à arrogância
Sou o ator que não atua
O escritor que não escreve
O criador que repudia a criação
E não se trata de figuras de linguagem
Disse que falaria com franqueza
E da bin Ich!
“Cego, surdo e, ainda por cima, imbecil”
(Agora, também plagiador,
Mas nada mais nobre
Que plagiar a dor)
Pergunto-me
Poderia ser mais útil?
Quiçá se fosse Sabin
Poderia orgulhar-me da...
Ou da penicilina...
E mesmo assim...
Da bin Ich!
Em uma das maiores cidades
Da América Latina, do mundo!
Orgulhoso até de sua poluição
Mais próximo do lugar
“Onde tudo acontece”
Tenho certeza de que será aqui
Ou será Nova York?
Ou Paris???
Bem, eu disse que falaria
Com franqueza
Sem lirismo, nem cinismo
Não me culpem
Por esta obra escatológica
Cansara-me e abandonara
Mas os senhores estavam advertidos
Para que não me condenem, no entanto,
Por mau uso das noites mal dormidas
Deixo-lhes aqui um pequeno versinho:
O mel e o fel sabem igual depois do tempo
É embalde que lutemos
E, qual fonte perene,
Sangue quente jorremos...

(...hum, acho que já ouvi isso antes)

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